Só faltou chamar-me pai...
Já pouco me espanta na vida de veterinário, mesmo assim ainda vou tendo umas surpresas de vez em quando. Hoje foi um desses dias. Quem disse que ser polícia é uma profissão de risco nunca tentou ir conversar com o proprietário de um rebanho de ovelhas brucélicas (que vão ser abatidas por representarem um risco para a saúde pública), para o convencer a vacinar as restantes ovelhas saudáveis contra a febre catarral ovina (vacinação obrigatória por lei, mas que é totalmente grátis para o criador).
O proprietário das ovelhas aparece com mais um individuo no seu Land Rover. Ora o homem queria rebentar com alguém, calhou ser eu a primeira pessoa a aparecer na exploração depois da notícia. Refila daqui, desabafa dali, mas de início tudo bem. Foi mostrar-nos onde estavam as ovelhas e sem dizer mais nada vira costas e mete-se no jipe. Ora como não estava lá mais ninguém, e as ovelhas não se iam apanhar sozinhas, perguntei-lhe quem é que ia apanhar as ditas cujas. O homem sai do jipe transtornado e aos gritos, a perguntar se eu não era capaz e se não tinha mãozinhas.
Ora que ele esteja transtornado com as ovelhas dele terem de ser abatidas tudo bem, agora achar que é o único criador que não tem de agarrar as ovelhas, isso é que já não. Veterinário vacina, e o senhor do jipe dá condições para que o veterinário vacine. Não tem condições para ter animais, nem ninguém para cuidar deles, então não os tenha. Qualquer dia por me verem de fato-de-macaco começam a exigir que dê comida aos animais e lhes vá mudar as camas.
Como é óbvio disse-lhe que eu não iria vacinar as ovelhas assim. Agarrei nas coisas e comecei a sair. Depois disso veio de tudo, como não lhe dirigi mais palavra, ele ainda mais nervoso ficava e mais insultos vociferava.
Vim embora e fui vacinar ovelhas de outro criador.
Na folhinha de campo segue apenas que o proprietário não disponibilizou ninguém para agarrar os animais impedindo assim que a vacinação se realizasse.
Ora não acham que isto dava direito aos veterinários para terem licença de porte de arma? É que licença para matar já temos.
O proprietário das ovelhas aparece com mais um individuo no seu Land Rover. Ora o homem queria rebentar com alguém, calhou ser eu a primeira pessoa a aparecer na exploração depois da notícia. Refila daqui, desabafa dali, mas de início tudo bem. Foi mostrar-nos onde estavam as ovelhas e sem dizer mais nada vira costas e mete-se no jipe. Ora como não estava lá mais ninguém, e as ovelhas não se iam apanhar sozinhas, perguntei-lhe quem é que ia apanhar as ditas cujas. O homem sai do jipe transtornado e aos gritos, a perguntar se eu não era capaz e se não tinha mãozinhas.
Ora que ele esteja transtornado com as ovelhas dele terem de ser abatidas tudo bem, agora achar que é o único criador que não tem de agarrar as ovelhas, isso é que já não. Veterinário vacina, e o senhor do jipe dá condições para que o veterinário vacine. Não tem condições para ter animais, nem ninguém para cuidar deles, então não os tenha. Qualquer dia por me verem de fato-de-macaco começam a exigir que dê comida aos animais e lhes vá mudar as camas.
Como é óbvio disse-lhe que eu não iria vacinar as ovelhas assim. Agarrei nas coisas e comecei a sair. Depois disso veio de tudo, como não lhe dirigi mais palavra, ele ainda mais nervoso ficava e mais insultos vociferava.
Vim embora e fui vacinar ovelhas de outro criador.
Na folhinha de campo segue apenas que o proprietário não disponibilizou ninguém para agarrar os animais impedindo assim que a vacinação se realizasse.
Ora não acham que isto dava direito aos veterinários para terem licença de porte de arma? É que licença para matar já temos.
6 Comments:
Ai, onde vocês andam: tu entre criadores loucos e, mais louco ainda, a pensar em tiro ao alvo; catita junta-se à GNR para dar más notícias a velhotas que näo sabem o que é uma vacina. O melhor é mesmo uma prainha ao final da tarde para arrefecer os ânimos...
É pena é eu não ter prainha ao lado de casa para ir descontrair. Ainda tenho de conduzir uns 20 e tal km para lá chegar e outros tantos para voltar. Depois de um dia de trabalho já custa. Pode ser que no verão em que os dias são mais compridos, por lá dê um saltinho.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Na Holanda, a gente é mais civilizada.
Ontem, durante um controlo físico a uma remessa de camarões do Vietname, resolvi pedir umas quantas amostras aleatórias para pesquisa de nitrofuranos (havia a indicação que este exportador já tinha dado problemas nesta área).
Como ainda não domino totalmente a língua, e ando a fazer controlos de canadianas, o motorista do camião que transportava o contentor, resolveu pôr-se a empurrar o técnico veterinário que ia comigo, e a dizer que já não era primeira vez que lhe faziam isto, etc etc. O técnico agiu pacientemente nos primeiros empurrões, mas depois apontou-lhe o dedo e começou-lhe a dizer qualquer coisa (num holandês demasiado rápido para mim) que parece ter resultado. Mais tarde vim a saber que o que ele lhe tinha dito era que o veterinário tinha autoridade para o deter ali mesmo, até a chegada da polícia (POSSO PRENDER PESSOAS!!!). Por isso Gordinho, tal como em Portugal, a pergunta mantém-se: "Se a entidade empregadora dá o subsídio de Natal, que desculpa terão para não fornecer uma Smith&Wesson modelo 39 aos veterinários?"
Só sei que «veterinário de pistola na mão, é meio caminho andado para não haver confusão!»
Acho que esse devia ser o lema da Ordem dos Médicos Veterinários!
pois è moÇo.....
a vida de vet é complicada principalmente qdo os criadores sao umas bestinhas....
nao sei se sabes...mas conheco a peÇa e bem de mais....
Ps- se precisares eu tenho duas caÇadeiras...sabes a q pedir....
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