11 de Fevereiro
Quem tem dinheiro pode ir fazer umas férias à Sierra Nevada e no regresso pára na Clínica de los Arcos e faz um aborto com todas as condições médicas. Quem não tem vai para uma qualquer casa de banho pública, leva consigo uma agulha de tricot e faz o seu melhor. Estas situações ocorrem hoje em dia, com o Não do último referendo em vigor!
Ninguém faz um aborto de ânimo leve, e dúvido muito que alguém o faça como método anti-contraceptivo corrente, quando existem tantos outros (muito mais baratos, práticos e atraumáticos).
Faz sentido ter uma lei que prevê penas de prisão para quem pratica o aborto? Especialmente quando depois ninguém quer que esta seja cumprida e que as mulheres já suficientemente traumatizadas ainda sofram mais na prisão? Possivelmente destruindo famílias já por si com dificuldades e em condições precárias. Basta pensar que um casal com dificuldades, com 1 filho e poucos rendimentos, tem uma sgunda gravidez indesejada. Optam por abortar. A mulher vai fazer um aborto e é presa. Como fica o resto da família já por si em dificuldades?
No entanto enquanto nada muda acho que, se temos lei é para cumprir. E devia ser a doer. Os duros do "não" que não sejam cínicos e que defendam também penas de prisão efectivas para quem pratica abortos. Pois de outra forma esta lei apenas se torna em mais uma piada do sistema judicial Português, que vai de apitos dourados a processos casa pia, sem deixar de passar pela quebra do segredo de justiça (agora disponível em versão on-line)!